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Um aumento de 56,8% nas passagens aéreas frustra as viagens de fim de ano de muitas pessoas.
Apesar da boa notícia da abertura das fronteiras de alguns países para os brasileiros, a novidade tem sido ofuscada pela alta no preço das passagens aéreas nos últimos meses.
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O turismo tem sido retomado pouco a pouco após os avanços na imunização. Atualmente, mais de 100 países já abriram suas fronteiras para os turistas, mas para isso é necessário que esses turistas sigam as exigências determinadas para a entrada em cada um dos países em prol de combater a covid-19.
Dentre as exigências está apresentar comprovante de vacinação, realizar teste de covid feito cerca de 72 horas antes do embarque e também alguns países exigem que seja realizada a quarentena. Feito tudo isso, então é possível entrar no país de destino.
Mas a alegria dura pouco, pois os preços das passagens tornam os planos de viagem mais caros.
Essa elevação no preço dos bilhetes aéreos se deu por conta do aumento do dólar e do combustível.
Aqui a inflação generalizada causou impacto nas passagens nos últimos doze meses. A alta foi de aproximadamente 56,8%, sendo que as passagens são o quinto item que mais teve alta (a frente estão três itens do grupo de alimentos e o etanol).
Quem divulgou esses dados, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O instituto ainda aponta que essa alta representa um aumento de cinco vezes mais do que o índice geral da inflação que foi acumulada em 12 meses (essa foi de 10,25%).
A seguir você entende melhor o motivo dessa alta e o que as companhias aéreas tem relatado.
Por que esse aumento nas passagens aéreas?
Dentre os fatores causadores dessa alta no preço dos bilhetes aéreos está o aumento do combustível, tendo em vista que esse é um elemento essencial e que representa um dos maiores custos para as companhias aéreas.
Segundo divulgou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o querosene, combustível usado pelas aeronaves, teve aumento de 91,7%. Mas a causa não se restringe a ele.
Como o dólar aumentou, esse é mais um dos principais fatores que causaram a elevação no preço das passagens.
Mas não são apenas esses dois itens, aqui a demanda é também aprontada como uma das causas.
Como as vacinações contra a covid-19 avançam (cerca de 70% de brasileiros já tomaram ao menos uma dose da vacina) e há a retomada da economia, então há um aumento na demanda. Em outras palavras, mais e mais pessoas agora querem viajar e buscam bilhetes aéreos.
Mas aqui há um desequilíbrio entre oferta e demanda, onde não há oferta suficiente no momento e, devido a isso, os preços praticados são mais elevados.
Isso implica no aumento das despesas com transporte para as famílias brasileiras.
O que as empresas aéreas e outras instituições têm a dizer sobre isso
As companhias aéreas culpam a alta do dólar e do combustível como os principais causadores do aumento no preço das passagens aéreas. E esses dois são os violões eleitos de forma unanime por muitas empresas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), aponta os meses de abril, maio e junho como os que mais tiveram aumento, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Nesse comparativo, o aumento foi de 21,7%.
No ano passado, com o a pandemia, a oferta de voos reduziu cerca de 90% no segundo trimestre.
Por outro lado, A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) relata que no segundo trimestre de 2021 houve queda na tarifa média doméstica de 19,98% comparando com o mesmo período de 2019 (antes da pandemia se alastrar).
E a Abear ainda mostrou que o Yield Tarifa Aérea Médio Doméstico Real teve uma retração de 32,3% no segundo trimestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2019.
A Gol informou que os passageiros podem adquirir os bilhetes com 330 dias de antecedência de terem acesso a preços mais em conta. Essa é uma saída que muitas empresas têm apresentado para seus clientes.
Por outro lado, a Latam informou que a definição do preço das passagens é 65% por influência do dólar e 35% devido aos combustíveis. A mesma coisa relatou a Azul.
Entenda como é essa bola de neve para o aumento do bilhete aéreo
A valorização do dólar frente ao real, no entanto, é uma das principais preocupações das companhias aéreas, dado que com o valor acima dos R$ 5,00 faz com que os custos delas disparem e esse, por sua vez, seja repassado para os clientes.
O fato é que as companhias aéreas agora têm mais custo devido à alta do combustível e aos custos operacionais, logo, esse se somam e o valor excedente é repassado para os clientes.
É importante ter em mente que as companhias aéreas foram as mais afetadas com a pandemia por conta das restrições de circulação.
Mais sobre o aumento nas passagens aéreas
O aumento do bilhete aéreo no mês de setembro deste ano foi de 21,90%. Em contrapartida, o aumento do mês de outubro foi de 7,19%. Mesmo assim esse aumento ainda pressionou a inflação de Serviço no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Em setembro a inflação era de 0,50%, mas em outubro ele caiu para 0,37%. Em 12 meses houve uma taxa acumulada que foi de 4,99% para 4,88%.
Algo importante para relatar também é que o aumento no custo com transportes, especialmente com avião, foi (juntamente com o aumento na tarifa da energia elétrica) responsável pelo aumento na inflação no Brasil.
Desse modo, se você tem planos para viajar de avião sozinho ou com a família nos próximos meses, esteja preparado.
Esse aumento fará com que muitos mudem os planos ou até mesmo adiem até que as coisas melhorem.
Mas o fato é que as famílias agora devem pensar em se programar ainda mais para viajar, optando por comprar as passagens com muitos meses de antecedência. Além disso, a pesquisa é também fundamental para encontrar preços mais atrativos.